Por que algumas pessoas me perguntaram sobre meu gosto “exótico” por pessoas adormecidas,
eu resolvi publicar esta breve explicação.
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Por que algumas pessoas me perguntaram sobre meu gosto “exótico” por pessoas adormecidas, eu resolvi publicar esta breve explicação. Um mundo grande e solitário14/06/2014 Ela acordou com o bipe do relógio digital, um ruído contínuo e agudo que feriu seus ouvidos como agulhas. Mas a primeira coisa que percebeu foi o aroma de café fresco no ar, não as horas que mostrava o relógio. Ela nem mesmo se atentou ao fato de nenhuma luz estar entrando pelas amplas janelas do quarto. E era como se nem a lua, nem as estrelas, ou as luzes da cidade, quisessem brilhar aquela noite. Não. Apenas o cheiro agradável de sua bebida favorita lhe interessava naquele pequeno momento. Ela se levantou num movimento mecânico, colocou as pernas para fora da cama enquanto esticava os braços preguiçosamente e bocejava. Ela caminhou descalça pelo quarto, tateando o vazio na esperança de não esbarrar em nenhum dos móveis, ocultos na escuridão. Não se preocupou em acender as luzes, da mesma maneira que não se preocupou em desativar o despertador, que ainda tocava de um modo constante e irritante. Ela saiu do quarto pela porta meio aberta, que dava num pequeno corredor onde, no fim, ficavam a porta de entrada do apartamento. E a cozinha, pequena, que se fundia a sala. ― Alyssa ― disse uma voz suave vinda de onde estava o sofá ―, venha, sente-se comigo. Alyssa, ela sussurrou para si mesma. Sim, aquele era seu nome. Doce Ophelia06/06/2014 — Pra te salvar de você - disse ele. As mãos frias e fortes repousavam sobre os braços da poltrona, mas seus dedos inquietos denunciavam sua ansiedade. - Eu não podia deixar que fugisse. Não podia deixar que se machucasse. |